Varizes - Dra. Suellen Bonadiman

Doenças

Varizes

O que são?

Varizes nada mais são do que veias que se apresentam dilatadas, alongadas e tortuosas. Estima-se, de modo geral, que a doença varicosa acometa até 60 % da população mundial. Porém, se forem considerados os casos mais iniciais, que se apresentam com veias reticulares (veias esverdeadas aparentes de até 3 mm) e telangiectasias (vasinhos), mais de 80% da população apresenta a doença. Grande é o seu impacto social, uma vez que esta doença configura uma das causas mais importantes de desconforto e incapacidade para o trabalho.

Imagem Varizes

Como surgem?

A origem das varizes dos membros inferiores está relacionada, na maioria das vezes, com alterações na parede das veias, incluindo modificação na estrutura das proteínas (colágeno e elastina) e incompetência das válvulas. Menos frequentemente, outras situações podem determinar o surgimento das varizes, como por exemplo a ocorrência prévia de trombose venosa profunda no membro inferior. Muitos fatores parecem contribuir para o surgimento da doença varicosa, como idade, história familiar, sexo feminino, gestação, obesidade, uso de hormônios femininos (pílulas) e atividades que exijam longos períodos de tempo em pé.

 

Quais os sintomas?

Dor tipo peso, cansaço, cãimbras, coceira, formigamento e inchaço nas pernas, além de sensação de queimação sobre as varizes são muito frequentes. Também há que se considerar a queixa comum de incômodo com o aspecto estético das veias varicosas.

 

Como tratá-las?

Para programar o tratamento, o ideal é que se estude o comportamento da doença venosa de maneira individual e detalhada, uma vez que cada paciente se apresenta de uma forma diferente. Para tanto, além da entrevista médica e do exame físico, existem métodos que podem auxiliar nesta abordagem como, por exemplo, o emprego da realidade aumentada, a ultrassonografia vascular com Doppler (Eco-Doppler vascular), a fotopletismografia, dentre outros. Estes métodos fazem parte do laboratório vascular não invasivo.

Além da tradicional cirurgia de varizes, muitas vezes com extração da veia safena (tratamento convencional), hoje dispomos de técnicas minimamente invasivas para o tratamento desta doença, visando minimizar o tempo e a necessidade de internação, bem como propiciar recuperação mais rápida. Neste contexto, podemos citar a Termoablação a Laser ou a Radiofrequência, a Escleroterapia com Espuma Ecoguiada, a Escleroterapia Convencional, a Crioescleroterapia e a técnica que combina Laser e Escleroterapia Líquida, o CLaCS (CryoLaser and Cryo-Sclerotherapy). Frequentemente estas modalidades são usadas associadas para se obter o melhor resultado.

 

O que acontece se eu não tratar?

A doença evolui gradualmente. A pele da perna assume a coloração escurecida e perde a elasticidade (dermatite ocre). Por fim, podem surgir úlceras (feridas), forma mais grave de apresentação da doença. Outras complicações possíveis são tromboflebite (trombose) e sangramento por rompimento das varizes.

 

O que fazer para manter a circulação venosa saudável?

Além das técnicas descritas para intervenção nas varizes, faz-se necessária a manutenção de hábitos de vida saudáveis para minimizar os sintomas e evitar o surgimento de novas veias doentes. Este conceito é de fundamental importância, uma vez que a tendência hereditária sempre existirá, mas os fatores ambientais geralmente podem ser modificados, retardando ou diminuindo muito as chances de desenvolver varizes.

As recomendações envolvem:

  • Atividade física regular (musculação das panturrilhas e exercícios aeróbicos);
  • Dieta rica em fibras para prevenir a constipação intestinal;
  • Uso regular de meia elástica;
  • Evitar uso de anticoncepcionais hormonais;
  • Evitar ganho excessivo de peso;
  • Evitar ingesta excessiva de sal (retém líquido nas pernas);
  • Evitar atividades que exijam longos períodos em pé;
  • Consultar regularmente um cirurgião vascular / angiologista.